Figura 1- Convento de Mafra
O Convento de Mafra é um monumento importante a nível
arquitectónico, histórico e cultural, testemunho do século dezoito em Portugal
pela sua grandiosa beleza. Para a sua construção foram utilizadas rochas
existentes na região nos quais estão
inseridos importantes elementos geológicos e paleontológicos de elevado valor
patrimonial e cultural e natural.
Figura 2 - Claustro Central.
(Coluna em liós e Chão revestido de liós)
O claustro central no Convento de Mafra tem uma
coluna constituída por liós e o chão revestido por liós ,um tipo raro de
calcário encontrado na região de Lisboa e arredores nomeadamente na serra de
Sintra, sendo aqui extraído nos arredores da vila Pêro Pinheiro.
Os seus depósitos foram formados no período cenomaniano-cretácico num ambiente de mar pouco profundo de águas quentes e límpidas propícias
á proliferação de organismos de esqueleto carbonatado construtores de bancos de
recifes. A rocha caracteriza-se por ser um calcário bioclastico e calciclastico
compacto, rico em biosparite e microsparite, geralmente de cor bege.
Figura 2- Sala da Benção
Na Sala da bênção podem-se observar desenhos geométricos com vários tipos de rocha da região representantes de idades e contextos
geológicos distintos.
Todas as litologias utilizadas na construção do Convento de
Mafra , são exemplos de rochas sedimentares. O calcário de S.
Pedro é um mármore (rocha metamórfica). Esta rocha originou-se
devido à acção de elevadas temperaturas das rochas magmáticas sobre o calcário encaixante quando se instalou o Maciço Eruptivo de
Sintra. Desta forma, as rochas existentes na região de Sintra (Mafra) reflectem duas fases importantes e distintas da História
Geológica da região. Por um lado, testemunham vários episódios
sedimentares em que se formaram espessos depósitos calcários, muitas vezes intercalados com níveis margosos ou até areníticos
(Jurássico –Cretácico, entre 160 a 90 Ma atrás). Por outro lado, são
evidências
dos fenómenos magmáticos e vulcânicos que se deram na região
por volta dos 100 e 70-80 Ma e que levaram à formação de filões basálticos ainda hoje observáveis na região de Mafra, e à
instalação do Maciço Eruptivo de Sintra, que se encaixou entre
formações do Jurássico Superior.
Figura -Sala da Bênção - pormenor do chão(Amarelo de Negrais,
Liós abancado,Azul de Sintra,Calcário de Mem Martins)
Pode observar-se uma laje de grandes dimensões de Liós com Rudistas com marcas de corrosão química
(carsificação) pela água das chuvas levemente acidulada pela dissolução de dióxido de carbono atmosférico incrementado pelos efeitos de poluição automobilística.
Sala da Bênção – pormenor do tecto (Liós,Azul de
Sintra, Liós Abancado)
Figura - Biblioteca do Convento De Mafra
Figura - Estante da Biblioteca
Da biblioteca do Palácio constam perto de 38 000 volumes, divididos por temas. A biblioteca faz uma cruz: a norte o saber religioso, a sul o saber científico, posicionando-se o saber clássico no braço do cruzeiro.
Bibliografia:
Rita, Joana , Mariana G.
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